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22/08/2018

Nova tabela do frete provoca reajuste de até 150%

Transporte corresponde a até 20% do custo final do leite e derivados. Viva Lácteos é contrária à medida

 

Brasília, 22 de agosto de 2018 – A Viva Lácteos (Associação Brasileira de Laticínios) alerta para a gravidade do impacto econômico para o setor de laticínios em decorrência da paralisação dos caminhoneiros no Brasil, ocorrida em maio deste ano, e que teve como reflexo a aprovação dos pisos mínimos de frete.

O transporte rodoviário de cargas é o principal meio de escoamento da produção de produtos lácteos, o que faz o custo das indústrias aumentar significativamente com o estabelecimento de tabelamento de preços obrigatório. Segundo o IBGE, dos 5.504 municípios brasileiros, apenas 60 não produzem leite.

A logística na indústria de laticínios apresenta características bem peculiares motivadas pela alta perecibilidade do leite. Por esse motivo, diariamente, a produção percorre uma extensa malha viária em todo país. Estima-se que o transporte corresponda de 8% a 20% do custo final do leite e derivados, dependendo do tipo de produto industrializado (perecível ou não), das distâncias a serem percorridas em toda cadeia, das características regionais e do tipo de veículo.

O tabelamento do frete em vigor tem gerado distorções significativas, com valores que chegam a superar 150% quando comparado ao praticado anteriormente no mercado. A consequência é o aumento de preços ao consumidor, com impacto direto na inflação. “A Viva Lácteos é contraria a qualquer tipo de tabelamento no frete. Ele representa a cartelização do transporte rodoviário de cargas e os valores em vigor estão muito acima dos praticados no mercado. Essa política é desastrosa à medida que inibe a busca pela eficiência produtiva, a inovação tecnológica e a competitividade, provocando a elevação no custo total do leite e derivados”, destaca o diretor executivo da Viva Lácteos, Marcelo Martins.

Segundo o executivo, a medida impacta o Brasil como um todo. Dados do último Censo Agropecuário do IBGE de 2017 registram que a produção de leite é realizada em 1,17 milhão de propriedades. Além disso, considerando um mínimo de dois trabalhadores atuando continuamente por propriedade e os contratados nas indústrias e cooperativas, esse segmento gera, pelo menos, 3 milhões de postos de trabalho permanentes. Do ponto de vista econômico, o setor de laticínios está na segunda posição em faturamento, fechando 2017 com R$ 70,2 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), atrás apenas dos derivados de carne.

 

Impacto no custo médio da tabela de frete mínimo (Resolução nº 5.820/2018 da ANTT):

INFORMAÇÃO VARIAÇÃO PERCENTUAL
(1) Primeiro percurso: Aumento de 10 a 45%
(2) Segundo percurso: Aumento de 50 a 150%
(3) Distribuição: Aumento de 40 a 70%
– Custo total do produto industrializado: Elevação de 2 a 6% no custo total do leite e derivados.

(1) Caminhão de dois eixos, coleta o leite em propriedades rurais.

(2) O impacto é maior porque vai vazio ao posto de refrigeração e volta com o leite refrigerado.

(3) Há vários tipos de caminhões e cargas (frigorificadas ou não).

 

 

Informações para a Imprensa: MSLGROUP Andreoli

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Sobre a Viva Lácteos: É a Associação da indústria de lácteos que tem como missão promover o crescimento e a produtividade do setor, permitindo assim melhora do ambiente de negócios, ganhos de produtividade e aumento da competitividade no mercado interno e externo, por meio da promoção às exportações. É composta por fabricantes de produtos lácteos (ALIBRA, AURORA, AVIAÇÃO, CCA, CAROLINA, CASTROLANDA, CATUPIRY, CCGL, DANONE, DPA, DAVACA, EMBARÉ, FRIMESA, FRÍSIA, FONTERRA, ITALAC, ITAMBÉ, JUSSARA, KERRY, LACTALIS, MOCOCA, MONDELÉZ, NESTLÉ, OUROLAC, PIRACANJUBA, POLENGHI, PORTO ALEGRE, REGINA, SCALA, SCHREIBER, TIROLEZ, VIGOR, VERDE CAMPO E YAKULT) e associações do setor, como a ABIQ (Associação Brasileira da Indústria de Queijo) e a ABLV (Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida).