Brasília, 30 de agosto de 2019 – Existe uma estimativa de consumo diário de calorias para a manutenção das funções do organismo de forma saudável. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse valor deve ser, em média, de 2000 calorias para uma pessoa saudável, podendo variar conforme as especificidades de cada indivíduo. Mas dentro desse valor, vale comer de tudo ou é preciso ter critérios para escolher os alimentos?
Ana Paula Del’Arco, nutricionista e consultora da Viva Lácteos, explica que além do monitoramento quantitativo, as pessoas devem analisar a qualidade dos alimentos que serão consumidos. “É muito importante checar o papel dos alimentos dentro da dieta e conferir se eles se completam, para no final do dia garantir a ingestão de todos os nutrientes necessários para o funcionamento adequado do organismo”, esclarece a especialista.
A nutricionista ressalta que a população pode e deve desenvolver habilidades gerando a autonomia dos indivíduos que lhes permitam fazer as escolhas adequadas dos alimentos que serão consumidos, por meio da educação nutricional e ferramentas que considerem os hábitos da população e o papel de cada alimento dentro da dieta.
Informação a serviço da saúde
Como instrumento para auxiliar as pessoas nas escolhas dos alimentos, o perfil nutricional está sendo usado em rótulos de produtos em várias partes do mundo para informar sobre os componentes e para estabelecer quais alimentos podem ser utilizados em publicidade para o público infantil.
Atualmente existem metodologias de avaliação do perfil nutricional dos alimentos que consideram os diferentes tipos de nutrientes. “A promoção da saúde tem íntima relação com uma dieta equilibrada para manter o bom funcionamento do organismo, tendo espaço para o consumo adequado de todos os nutrientes, tanto os nutrientes considerados positivos como aqueles denominados negativos”, esclarece a nutricionista.
Os nutrientes classificados como negativos são aqueles associados às doenças crônicas não transmissíveis quando consumidos em excesso. Gorduras totais e saturadas, sódio e açúcares livres são exemplos desse tipo de nutriente. Por outro lado, aqueles que são considerados positivos exercem funções específicas e vitais no organismo, como é o caso das vitaminas, minerais e fibras alimentares.
Como escolher os alimentos da dieta
Para fazer uma escolha alimentar mais inteligente, é necessário entender dois aspectos relacionados à densidade dos alimentos.
- Densidade energética dos alimentos: é definida pela quantidade de energia (de calorias) que um alimento fornece ao indivíduo. Considera apenas a quantidade de calorias que o alimento fornece ao organismo, independentemente de sua origem (carboidratos, lipídeos ou proteínas) e sem considerar outros nutrientes presentes no alimento.
- Densidade nutricional dos alimentos: considera a composição nutricional do alimento como um todo (incluindo diversos nutrientes), relacionando esta composição nutricional com a quantidade de calorias que o alimento fornece.
A densidade nutricional de um alimento está relacionada ao perfil nutricional, considerando os nutrientes positivos e negativos, e é adequada quando apresenta uma boa relação entre esses nutrientes e as calorias. Já os alimentos com calorias vazias são os que contém apenas calorias, sem agregar nutrientes relevantes. O aumento de casos de obesidade está associado, portanto, ao alto consumo de alimentos que fornecem apenas calorias e apresentam baixo teor de nutrientes, alimentos com baixa densidade nutricional.
Então para manter uma vida mais saudável, é importante fazer escolhas inteligentes, optando por alimentos com elevada densidade nutricional para compor as 2000 calorias, garantindo assim o consumo adequado de calorias e os nutrientes necessários. “São necessárias reflexões sobre o papel dos alimentos na dieta, sua função no organismo, e não somente avaliar a quantidade de calorias que os alimentos têm, para fechar a conta das 2000 calorias”, finaliza a nutricionista Ana Paula Del’Arco.
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